Este é um conto curto, que publiquei em uma fanzine virtual chamada TerrorZine, editada por Ademir Pascale e Elenir Alves; a proposta deles é muito interessante: publicar contos com no máximo 15 linhas. Fazer algo legal em tão pouco espaço é um desafio, no entanto muitos autores dão show no assunto. Se você tem alguma dúvida, aqui vão os links para baixar as revistas (o conto a seguir foi publicado no número 2, e há outra história minha no número 3):
http://www.cranik.com/terrorzine1.pdf
http://www.cranik.com/terrorzine2.pdf
http://www.cranik.com/terrorzine3.pdf
Sem mais, segue o conto:
O COPO
Ela acordou de madrugada com a garganta seca como de costume, e estendeu o braço em busca do copo que sempre deixava no criado mudo. Tudo rotineiro. A dor intensa em sua boca, ao contrário, foi novidade.
Além do sofrimento, sentia pernas cascudas se debatendo entre os dentes. Algum inseto enorme bebia sua água quando ela inadvertidamente levou o copo aos lábios. Envolveu a cauda rígida com as mãos e puxou com força, porém a criatura continuava grudada. Conseguiu se livrar com um movimento vigoroso, que provocou uma explosão de agonia, depois jogou o ser para algum canto. Seria venenoso? Cambaleou para o telefone, discou 190 e esperou. Acendeu a luz e olhou para baixo, a camisola encharcada de rubro. Alguém atendeu e ela tentou pedir por socorro, mas ao invés de palavras, só saía mais sangue e sons inarticulados. Estava prestes a perder os sentidos, se não conseguisse ajuda morreria.
Só então, viu o bicho correndo pelo assoalho. Não foi seu formato apavorante que fez a mulher soltar um derradeiro urro gutural, e sim aquilo que ele carregava nos ferrões.
Sua língua.
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
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3 comentários:
muito bom mario ,gostei da história forte e surpreendente!
Muito bom. Miniconto extremamente visceral. O ultimo trecho é surpreendente.
Repetindo o comentario, agora me identificando.
Muito bom. Miniconto extremamente visceral. O ultimo trecho é surpreendente.
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