quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Miniconto: O INVASOR

O INVASOR

Jorge sentiu o golpe no pescoço assim que entrou em casa, quando ia acender a luz. Rodopiou pelo ar, o tempo se esticando de maneira delirante. Dentre as várias coisas que passaram por sua mente repleta de pavor, imaginou qual seria a força necessária para fazer seus 85 quilos voarem com aquela desenvoltura. Embora a dor tivesse sido intensa no primeiro instante, já havia desaparecido antes dele atingir o chão.
Rolou alguns metros pelo assoalho até bater na parede. Tentou levantar para fugir do invasor que atacara pelas costas, no entanto estava paralisado, não sentia mais o corpo. Será que a pancada tinha sido intensa o suficiente para deixá-lo tetraplégico? Tudo indicava que sim. Parecia estar ficando inconsciente, o que era quase um alívio. Afinal, a possibilidade de estar incapacitado era triste demais para suportar.
A lâmpada foi ligada. Os olhos da vítima estavam voltados para a porta, então conseguiu ver seu agressor: era o marido da doce Ângela, sorrindo de forma vingativa enquanto segurava um machado ensangüentado.
Antes do resíduo de vida finalmente se esvair do cérebro, Jorge viu seu corpo decapitado caído aos pés do assassino.

3 comentários:

Giane disse...

Oi, Mario!!!

Puxa, esse foi direto ao ponto.
E mesmo assim, houve riqueza de detalhes...

Parabéns, gostei muito mesmo.


Beijos mil!!!

Edgar Braga Buchara disse...

Cara, gostei muito do conto, olha que não estou "rasgando seda". Rs rs. Gostei mesmo.
Estou tentando escrever minis-contos, mas não cosigo. Quando começo escrever minha mente se enche de idéias e o hitória acaba ficando longa.
Bom estou de mudança para outro estado, lá vou ter mais tempo para dedicar-me ao meu hobby. E consequentemente ler todas suas hitórias.
Vou levar em consideração suas críticas e fazer as mudanças necessárias no meu conto: A Provação.
Ah, quando tiver tempo dá uma lida no conto "A Face do Susto", a sua opinião será muito importante.
Abraços.

Anônimo disse...

No começo, achei previsivel. Mas após uma releitura, percebi q eu q me adiantei, e acabei deduzindo o final antes.